Fazer e ser Parada: Uma análise sociossemiótica da 22ª Parada do Orgulho LGBTI+ de São Paulo

O presente artigo faz parte do processo de delineação da pesquisa de mestrado intitulada, provisoriamente, “Cartografias de uma São Paulo de contradições: Fricções entre sujeitos LGBTI+ e diferentes identidades”. Um estudo que parte da problemática da cidade de São Paulo que, ao mesmo passo que organiza e se projeta internacionalmente enquanto locus da maior Parada LGBTI+ (Comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Travestis, Transexuais, Intersexuais, Queer, Pansexuais e Assexuais) do mundo , é também o território com a maior incidência de crimes de ódio à população LGBTI+ do Brasil. Partindo da problemática da dissertação, que nos guia também na construção deste artigo, nos questionamos em que medida as manifestações dos conflitos entre simulacros das identidades LGBTI+ e outros sujeitos se concretizam espacialmente em São Paulo? Buscando, então, delinear os primeiros passos de nosso percurso investigativo para responder a pergunta que nos move, considerando este artigo enquanto um recorte da pesquisa principal, focalizamos aqui na construção do que conhecemos atualmente enquanto Movimento LGBTI+ no Brasil e, consequentemente, na criação e manutenção anual da Parada LGBTI+ em São Paulo, analisando como a 22ª Parada do Orgulho LGBTI+ produziu sentido e se fez sentir nos corpos-sujeitos que transitaram pela Avenida Paulista no dia 3 de junho de 2018, pelo percurso delimitado tanto pelo Poder Público da cidade, quanto da Associação APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneross) que a organiza. Nesse movimento, construímos a narrativa deste artigo iniciando o diálogo com a performance coletiva “Divisor” (1968) da artista Lygia Pape, fazendo uma relação com os sentidos de fazer parte da Parada, narrando e analisando a experiência em ato ao caminhar corpo a corpo com a Parada, a cidade e com os sujeitos que nela estavam. Como aporte teórico-metodológico, fundamentamos nossas análises na Semiótica greimasiana e nos alargamentos sociossemióticos da teoria propostos por Eric Landowski, pensando os modos de copresença, identidade e alteridade e os regimes de visibilidade dos actantes coletivos da 22ª Parada do Orgulho LGBTI+ de São Paulo e seus rearranjos. Justificamos o uso da sociossemiótica por ser uma teoria que nos permite dar conta da apreensão do sensível, por se tratar de uma pesquisa em que buscamos apreender a totalidade dos sentidos produzidos em sua imanência, no ato de fazer –parte da– Parada LGBTI+.
País: 
Brasil
Temas y ejes de trabajo: 
Semióticas indiciales (materialidades, cuerpos, objetos)
Semiótica de la espacialidad (geografías, territorios, fronteras)
Institución: 
Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP)
Mail: 
camilagrijo@gmail.com

Estado del abstract

Estado del abstract: 
Accepted
Desarrollado por gcoop.