Haroldo de Campos, Avant-garde and Poetry in Brazil

No rico e exuberante cenário de sua produção crítica, historiográfica e teórica da literatura, vem para o primeiro plano a grande vocação de Haroldo de Campos – “a poesia, paixão não-exaurida, como o mar valéryano, que sempre recomeça”. Infelizmente, alguns historiadores e críticos tendem a reduzir o seu perfil de poeta à sua produção na fase ortodoxa da poesia concreta. Embora ele tenha de fato criado poemas memoráveis durante essa fase, sua produção poética é variegada. De resto, contra a crença de que a fase ortodoxa da poesia concreta foi superada porque seu valor poético é questionável, valeria a pena explorar mais profundamente a capilaridade com que os procedimentos poéticos do concretismo penetraram na corrente sanguínea da arte, do design, da publicidade, da música popular e da cultura brasileira em geral. Além disso, é justamente o que foi chamado de fase ortodoxa da poesia concreta que a contemporaneidade vem incorporando como herança viva, tanto é que essa herança é tomada como parâmetro daquilo que vem sendo produzido pela e-poesia ou poesia digital que é praticada por muitos atualmente. De todo modo, a produção poética de Campos é, sobretudo, caudalosa, tendo alcançado um de seus clímaces nas Galáxias, quando a rarefação entre poesia-prosa e a demanda rapsódica da língua alcançam limiares epifânicos. Foi nas fontes dessa exploração radical do possível da língua poética que sua teoria e sua prática da tradução como transcriação receberam seu alimento. A par disso, Haroldo de Campos foi também teórico, crítico e pensador, tendo deixado para a teoria da literatura e para a crítica literária obras antológicas. Propuesta para la mesa Raíces y Trayectorias en la Semiótica Iberoamericana
País: 
Brasil
Temas y ejes de trabajo: 
Las historias de la semiótica: fundaciones y continuidades
Institución: 
Pontificia Universidad Catolica de San Pablo
Mail: 
lbraga@pucsp.br

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Accepted
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