O presente trabalho que nasceu na disciplina de Semiótica e Rituais do consumo do programa de Pós-Graduação da ECA-USP, busca compreender as especificidades e caminhos da semiótica aplicada por meio de análise semiótica Peirceana de duas peças publicitárias já veiculadas da campanha “Gatorade Always Wins”, verificando se todo potencial comunicativo dos anúncios está em sintonia com a atmosfera da marca e com o provável ideal de criação. Para tal, são utilizados como principais bases teóricas os conceitos de Charles Sanders Peirce, Lúcia Santaella, Clotilde Perez e Winfried Nöth. Os estudos de Peirce levam sempre a três elementos formais e universais nos fenômenos que se apresentam à percepção e a mente, denominadas como primeiridade, secundidade e terceiridade. A primeiridade tem relação com o acaso, possibilidade, qualidade, sentimento, mônada. A secundidade possui relação com a dependência, ação e reação, aqui e agora. Por fim, a terceiridade diz respeito a generalidade, crescimento e inteligência. Na etapa da análise, apresenta-se essa tríade das propagandas, bem como as três idades do olhar, além de abordar outros elementos construtores de sentido, como a apresentação da marca e slogan. Além disso, relações para entender todo o percurso gerador de sentido, são feitas por meio da apresentação das cores, ligações com mitologia, cultura pop e psicanálise. A escolha da marca e da campanha que seria analisada foi baseada no corpus de estudo dos três pesquisadores, o esporte, o antropomorfismo e a semiótica. A marca consegue incorporar características de identidade e representação, e portanto, é um signo de acordo com a noção peirciana de que signo é “alguma coisa que representa algo para alguém”, o que justifica sua escolha novamente. Quanto a relevância do trabalho, além da óbvia contribuição à academia com o engrossamento do caldo dos trabalhos científicos com semiótica aplicada, há o diálogo com o mercado da publicidade, para contribuir com a tomada de decisão de gestores empresariais e profissionais de criação e/ou planejamento em agências que tenham trabalhos na mesma linha do objeto desta análise, criando uma cultura de se recorrer à semiótica para compreender e prever os possíveis efeitos de uma comunicação.