Traduções Imperfeitas, ma non troppo

Durante muito tempo nos colocamos em uma posição muito cuidadosa em relação ao ato tradutório, provavelmente como decorrência de nosso conhecimento sobre os limites e amplitudes a que todo tradutor tem de se submeter. O tradutor, a nosso ver, é um ser que vive o seu cotidiano em fraturas expostas, sujeito às imperfeições e ao peso da língua escrita, escravo do tempo, de suas escolhas lexicais, de línguas vivas em constante processo de transformação e mudança. Além disso, embora possa ser considerado como coautor, ele não é o detentor da ideia original e, por isso, vive à sombra e será condenado por qualquer deslize, até mesmo por aqueles que nada entendem de tradução e que, justamente por nada entenderem do ato tradutório consciente, se julgam capazes de traduzir e criticar as práticas e regras do tradutor. Este trabalho se propõe a diagnosticar o percurso do fazer tradutório realizado por estudantes de Pós-Graduação, especialmente os de Italiano, do livro Tradurre la Tradizione - Sardegna: su ballu, i corpi, la cultura, de Franciscu Sedda, demonstrando as escolhas lexicais e semânticas divergentes, na mesma situação discursiva, dos estudantes-tradutores e ainda analisar à luz de Barbosa, Pais, Lotman entre outros, os limites conceptuais e semasiológicos diagnosticados e suas implicações culturais, a partir da tradução comentada do 1º capítulo do livro citado pelos estudantes da PGL em Língua Italiana – Tradução da UERJ. É sabido que o ato tradutório demanda a tomada de consciência por parte do tradutor dos processos linguísticos, terminológicos, semióticos e culturais que o envolve, para tanto é necessário que tradutores tenham formação específica nessas áreas e domínios, o que vai para além do conhecimento de uma dada língua estrangeira (língua de partida) , além dos estudos na sua língua materna e/ou na língua de chegada. Muito mais do que questões linguísticas, temos de revelar como os tradutores constroem a semiotização de processos culturais e interculturais entre línguas diferentes, mesmo que próximas, no caso o italiano e o português, pois com isso produziremos traduções com o menor grau de imperfeição possível e ainda poderemos dar tratamento didático aos resultados encontrados e contribuir para a melhoria do fazer tradutório.
País: 
Brasil
Temas y ejes de trabajo: 
Semiótica e historia
Semiótica de la espacialidad (geografías, territorios, fronteras)
Institución: 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
Mail: 
clppraxedes@gmail.com

Estado del abstract

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Accepted
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